Quinze de novembro - proclamação da fraternidade

Homenagem pra Isaurília 

As madrastas e as babás podem substituir as mães, e os padrastos, os pais.

Os amigos podem fazer a vez dos irmãos.

Mas nada se coloca no lugar de uma irmã de sangue, de lutas e solitária.

Lutávamos contra o que?

Não sei.

Mas era uma luta diária e árdua. Uma obstinação silenciosa. Às vezes ruidosa, mesmo.

Isso formou em mim um sentimento forte que sinto por ti; cheio de cores do passado que agora me teletransportam até a tua presença/ausência.

Sou o que sou porque pude olhar pra ti. Por que estavas lá, mesmo em silêncio. A tua presença era real e eu achava tão bom que queria até brigar contigo.

Serão as cicatrizes das nossas lutas contra o monstro invisível?

Por muito tempo ignorei a tua condição e minha salvação; de que és única em minha vida. Uma singularidade absoluta que compõe o meu viver.

E hoje, mais cuidadoso com meus outros, me questiono:

Fiz companhia pra ti? Te ajudei quando precisaste de apoio? Te procurei pra te dar meu carinho, um abraço?

Não me lembro!

É que também precisei de tudo isso.

Mas, seja lá como for (como foi?), estávamos juntos; um ao lado do outro:

Não viste nas fotos?

Hoje meu presente pra ti é uma lembrança!

Feliz aniversário. 

Cesar Sampaio –C.