R
- Senhor Gorbachev, derrube esse muro!
G
- Ele é muito grande, Senhor Reagan. Não sei se consigo.
R
– Quer uma ajuda? Posso emprestar um machado...
G-
Não, obrigado. Não precisamos da ajuda de nada nem de ninguém. O proletário
unido, jamais...
R
– Uma foice, talvez...
G
– Puta que pariuzovsky, que ianque chato do caralho...
R
- E vocês, russos pentelhos...
G
– Eita! Vamos parar com essa putaria que já tem gente querendo pular a cerca,
quer dizer, o muro.
R
– Então, aproveite e dê uma de bom garoto...
G
– Sei não. Abrir mão assim. Não seria melhor esperar um pouco mais; por um
pouco mais de dificuldade; sabe como é, ninguém dá valor ao que é muito fácil.
R
– Nada, porra. Tira logo esse cabaço. Abre logo.
G
– Uns tanques nas ruas... Uns tiros pra cima... Camarada Honecker iria gostar.
R
– Tá uma zona lá fora! Teu oficial da fronteira já pediu penico. Pra tu não
ficar mal na fita com teus camaradas, faz assim: vai ao banheiro, fica por lá
um bom tempo. Quando tu voltar, a merda já tá feita. Ninguém vai reclamar. E tu
ainda vai passar por bonzinho na mídia internacional. Já pensou a manchete, “Gorbachev,
o pai da glasnost”.
G
– É mermo, né!? Puta que pariu; o pai da glasnost... Gostei! Foda, né não!?
R – Open this gate, Gorba!
G
– Alô. É da fronteira? Do portão principal?! Deixa a garotada passar. Mas,
manda fazer fila.
Cesar
Sampaio –C.
Caro César, você está se superando. O texto está bom pra caralho. Parabéns.
ResponderExcluir