quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Paulistando



Os restôs paulistanos, sempre na vanguarda da culinária nacional, inovam seus pratos e oferecem ao público um novo menu.

Sugerem como entrada, um arroz arrogante. Bem ao estilo da oligarquia paulistana. A iguaria é servida em quantidades elegantes e em pratos decorados com o brasão correspondente à genealogia da família do cliente. Chyque.

O Prato principal é o Lombo paulista puxado no molho do arrastão, quer dizer, do estragão. Erva fina e aromática para poucos apreciadores. A carne, que tem o gentílico de quem nasce na cidade (mas os frequentadores já deixaram anunciar que preferem “lombo paulistano”), é levemente dourada, puxada no molho do estragão com manteiga do leite da vaca holandesa da Holanda.  Os pratos são de porcelana e decorados com fios de ouro das minas da África do Sul. Nada de ouro verde e amarelo.

A sobremesa é um capítulo à parte. Balas, muitas balas, de todos os calibres, quer dizer, de todos os países, da Europa Ocidental. Claro. Nada de balas peninsulares ou orientais. As preferidas, portanto, as mais oferecidas são as de chocolate. Dark. Contraditoriamente.

Mas, gente chyque não sabe o que é contradição, não é mesmo?!

A bebida. Muitos podem pensar que nos restôs paulistanos, nada menos que o Château Mouton-Rothschild 1945, pode ser servido. Claro que não pode. Mas, não para serem servidos diretamente numa bela taça de cristal da boêmia. E sim, (pasmem!) para produzirem uma bela e desatada sangria.



Cesar Sampaio – C.

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