Ela se apresentou como Carminha. Mulher negra, cozinheira de mão cheia e
trabalhadeira. Mas, eu – não sei bem por que – passei a chamá-la de Carmitcha.
Lembro-me, perfeitamente, dos pratos saborosos que ela preparava e nos servia
com prazer. Lazanhas, rocomboles, suflês...
Um dia na cozinha de casa ela preparava o almoço, um baião de dois bem acompanhado do
necessário. Sabe como é... Na cozinha da casa é que se cozem os assuntos mais
importantes e mais banais de uma família. Pelo menos foi assim na minha.
Importâncias pra lá, temperos para cá, num dia comum e numa conversa
sobre coisas da vida ela arrematou a discussão com doçura e afeição, dizendo: “minha riqueza é eu ser como eu sou”.
Carmitcha passou pela minha vida para eu nunca mais
esquecê-la. Nem dos seus pratos.
Cesar Sampaio –C.
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