Ela queria
convencer o Chef Belizzar a fazer sexo com ela. Queria conhecer o seu sabor
agridoce, sua textura generosa e principalmente sua colher de pau, que ele
manejava tão bem no preparo de doces e salgados.
Mas, tinha
recheio, quer dizer, receio.
Ele era tão
sério... Tão cheio de detalhes e ordens... Pra ele, o prato tinha que ser
perfeito, e ela sabia que não era mais nenhuma baba de moça. Sua comida era
internacional e o seu menu incluía pratos da alta comida francesa, como casssoulet,
bouilabaisse e flans. Como persuadi-lo a
comer uma galinha à cabidela? Mas,
estava decidida. Ela o queria. O danado era mostrar-se penosa, quer dizer,
apetitosa.
Avaliou bem
as possibilidades, mediu os prós e os contras, temperou bem o seu desejo e
decidiu pelo doce e suave.
Ao final do
expediente, numa noite tranquila e iluminada, ela o tomou pelas mãos, beijou-a
com carinho e passividade, e disse quase implorando (como quem saliva por um taco
de pão): Me coma essa noite que depois te sirvo um pudim de leite.
Cesar
Sampaio –C.