sábado, 29 de novembro de 2014

A cozinheira atrapalhada



Ela queria convencer o Chef Belizzar a fazer sexo com ela. Queria conhecer o seu sabor agridoce, sua textura generosa e principalmente sua colher de pau, que ele manejava tão bem no preparo de doces e salgados.

Mas, tinha recheio, quer dizer, receio.

Ele era tão sério... Tão cheio de detalhes e ordens... Pra ele, o prato tinha que ser perfeito, e ela sabia que não era mais nenhuma baba de moça. Sua comida era internacional e o seu menu incluía pratos da alta comida francesa, como casssoulet, bouilabaisse e flans.  Como persuadi-lo a comer uma galinha à cabidela?  Mas, estava decidida. Ela o queria. O danado era mostrar-se penosa, quer dizer, apetitosa.

Avaliou bem as possibilidades, mediu os prós e os contras, temperou bem o seu desejo e decidiu pelo doce e suave.

Ao final do expediente, numa noite tranquila e iluminada, ela o tomou pelas mãos, beijou-a com carinho e passividade, e disse quase implorando (como quem saliva por um taco de pão): Me coma essa noite que depois te sirvo um pudim de leite. 


Cesar Sampaio –C.

Sexo de primeira



Sexo de terceira... Idade!?

Como é isso?

—Não é sexo de terceira. É sexo depois dos sessenta.

—Sessenta e quanto, querida?

—Sessenta e nove, amor!

—Chupa!


C.

Estranho amor



Ele não gosta que a sua companheira saia com amigos.
Naquele sábado ela chegou em casa com os raios do sol.
No quarto escuro, ele acordou com o barulho do salto alto e começaram a brigar.
Ela não desceu do salto, e depois do arranca rabo, juntou suas roupas e disse que ia embora.
Ele alterou a emoção e disse com a rispidez dos fanáticos: “Você não vai me deixar não! Eu gosto de você”!
Ela ficou mais três dias. 

Cesar Sampaio –C.

Experimentações



Viver e experimentar são os únicos caminhos que podemos seguir para aprender. Mas, seja o que for que desejemos saber, não sabemos onde podemos chegar. 


Cesar Sampaio –C.

Estranhas madrugadas



Hoje, as minhas companheiras de madrugada foram alguns livros.
Estranha concordância de gênero.
Para outras pessoas pode ser apenas de gosto.
Cada um dos volumes que manuseei tem uma história comigo, mas nenhum me faz rir.
Teve um que tem a pretensão de ser diferente, ostentando o nome de “Humor é coisa séria”. 
Mas, isso eu sempre soube, porque sempre gostei de rir, de dar boas gargalhadas e de fazer pouco dos exageros. Deve ser por isso, então, que às vezes me pego rindo de mim mesmo.
O livro é legal, mas lhe falta carne.
Bom mesmo seria a presença da mulher amada, linda e sorridente (por estar na presença do amado, eu por acaso), que compreendesse minha cena e num átimo de intima obscenidade gozasse comigo (rindo) o que a vida tem de melhor. 

Cesar Sampaio –C.