Letícia nasceu em vinte e seis de
outubro de mil novecentos e noventa e seis. Foi um ano de felicidades.
Aos sete anos de idade, num lance
de perspicaz curiosidade ela me perguntou: Painho,
onde eu estava antes de nascer?
Responder as perguntas das crianças
não é uma tarefa fácil. Especialmente quando estão relacionadas ao sexo.
Penso que a verdade sempre vale a
pena. Mentir ou enganar os filhos, ou quem quer que seja nunca é um bom caminho. Dizem por ai, que a mentira
tem pernas curtas; e manca.
Diante da morte e do sexo, alguns
pais, confrontados consigo mesmos, perdem a oportunidade de estabelecerem
regras para a vida. Deixam espaço para as caraminholas nas cabecinhas dos filhos.
Esquecem o que é fundamental.
Letícia estava em seu momento de querer
saber. Um saber que apontava para uma relatividade existencial. O senso comum
prefere acreditar que existimos já na fecundação do óvulo, na formação do
embrião, do feto ou mesmo no nascimento. Nada disso. Começamos a existir no
pensamento. De Painho e de Mainha. Foi o que respondi pra ela.
©Cesar Sampaio
O caminho da verdade, por mais difícil ou doloroso que por ventura seja, é sempre o que colhe os melhores frutos. Belo texto, parabéns pelo Blog e pela iniciativa.
ResponderExcluirbe the change you want to be in the world!
ExcluirE eu quem saio ganhando, por ter vc como esse pai sempre sincero, verdadeiro, justo, e que sempre faz de tudo pra me dar o melhor e me fazer melhor! Te amo pai!
ResponderExcluirCesar,para mim vc é um excelente escritor.Finalmente você começou a publicar seus textos, parabéns!Sucesso na sua investida e a certeza que as pessoas vão apreciar a forma que vc explora as palavras para escrever o que sente.
ResponderExcluirAlguma mentirinhas ajudaram a formar grandes personas no passado. Eram necessárias e continuam sendo. Cabe aos principais formadores de opiniões dos filhos, saber o momento certo de instruir. Nunca estaremos certos que o que passamos e acreditamos será seguido e repassado. Mais a informação esta aberta e é uma grande preocupação. Não consigo dizer por exemplo a minhas filhas que tatuagem é legal, que balada é o máximo e que maconha consumida adequadamente é normal.
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