—Ponha o
acesso!
Disse a
médica anestesista para sua assistente, com ar de quem sabe o que diz.
—Ai!
Gemeu o
paciente com a dor de uma agulha calibrosa furando sua carne à procura de
sangue.
A doutora
não perdeu tempo:
—Homens
frouxos! Não aguentam dor. Imagine se fossem parir.
Impaciente
com a provocação o homem retrucou:
—Ai,
doutora; a minha condição de total entrega e passividade neste momento não me
permite, mas tenho uma resposta na ponta da língua pra senhora.
Passada a
operação no olho e já na sala de repouso, o paciente espera pela alta médica.
De repente, surge na sua frente, bem diante do seu olho esquerdo (o direito
estava com tampão) a doutora. Doutora Mia. Nome que agora conseguia ler no
crachá profissional da médica que seus peitos suportavam com sucesso.
Além das
protuberâncias frontais, Dra. Mia também carregava um corpo jovem, fios
abundantes e amarelos na cabeça e um rosto bem desenhado e afilado.
Ela parou na
frente dele, pôs as mãos nos quadris, quebrou suavemente a cintura para o lado
direito e disse:
—Qual a
resposta?
—Levantar um
pênis, doutora. Pra poder engravidar as
mulheres e após nove meses vocês parirem seus lindos filhos. Afinal, uma dor,
qualquer que seja, tem que terminar em beleza, não é mesmo!?
A doutora
Mia, nada disse com palavras. Mas, seus olhos castanhos (quase pretos)
expressaram por ela a gratidão do mundo.
Dez minutos
depois, o paciente foi pra casa, são, salvo e curado.
C.
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